
Não ter plano de saúde, não ter um carro ou como se locomover facilmente em casos de urgência ou ainda mesmo não ter uma boa condição de vida. Como deve ser uma pessoa depender de um sistema único de saúde onde são desviados 40 milhões, onde são necessários 2.600 leitos de UTI e se tem apenas 567, onde a grande maioria dos médicos lhe tratam mal? Pois é, esse é o sistema ÚNICO de saúde, SUS. É algo assustador pensar em pessoas que dependem disso. Esse ano já morreram 5 idosos porque estavam esperando um leito de UTI. Até quando se paga um plano de saúde o tratamento em hospitais não é tão diferente. Os preços são altíssimos e a cobrança em caso de atraso é infalível. No entanto você chega a esperar cerca de 4 horas em emergências de hospitais! É justo? Será que o governador usa o SUS? Será que os filhos dele tem educação em escolas públicas, com 38 mil professores onde quase 40% lecionam matérias que não são de sua alçada? Como as pessoas conseguem viver em um país onde são escravizadas física e mentalmente e quando assistem a algum telejornal é para ver um político ou parente de político debochar da cara do pobre. Cadê a inclusão social? Essas perguntas já são até clichês. Todo mundo faz essas perguntas. Os políticos utilizam sempre em seus discursos, mas quando são eleitos esquecem de cumprir o que disseram. Ou então não cumprem porque não querem mesmo.
Acostuma-se com a fome, com as baixas condições de vida, com a violência. Mas por que não se encara a realidade de frente e tenta mudar? É tão difícil se organizar e reivindicar os direitos? É difícil cumprir os deveres?
Em 50 anos os países pobres receberam 3 trilhões de dólares em ajuda. Em 2008 alguns bancos receberam 18 trilhões. Será que é mesmo impossível acabar com a fome? Em um ano, bancos receberam seis vezes mais ajuda do que países pobres em 50 anos.
Qual o valor da vida humana? Deixar ser morta por falta de um leito em um país onde a ambulância é comprada superfaturada 10 vezes mais.
A juventude, vista antes como uma classe temida com suas revoltas e protestos, assiste a tudo de camarote sem nada fazer. Deixaram de acreditar em um ideal, de acreditar que é possível viver em um cenário onde quem não tem dinheiro pode ser respeitado, que a marca da roupa não qualifica um ser humano, que a cor da pela não dignifica os claros ou escuros.
O mundo está ao contrário e ninguém reparou. Mudaram as estações. Alguma coisa aconteceu. Está tudo tão diferente.
André Soares – ssoaresandre@hotmail.com
Sinto vergonha de viver em uma sociedade em que o dinheiro é sem dúvidas, mais valorizado do quê a vida. As pessoas tem o direito de um bom atendimento médico, hospitais bem equipados e com pronto atendimento, mas será mesmo que esses direitos são exercidos, não, né ? Pois é, quero ver quando vamos acordar e correr atrás, afinal, a bola de neve continua a rolar e consequentimente, a crescer; vivo a espera de uma avalanche para acabar com isso de uma vez. Muito bom o post André, Super parabéns !
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